
Tinha de uma cadela um cão fome canina,
Ele bom perdigueiro, ela de casta fina:
Mil foscas lhe fazia o terno maganão,
Mas gastava o seu tempo, o seu carinho em vão.
...
Como é óbvio, não era possível deixar passar este acontecimento sem uma referência ao nosso querido poeta do Sado.
Porque se enquadra neste movimento galináceo, aqui vos deixo:
não uma quadra do Aleixo,
mas um soneto do mais célebre arcadista,
bem esgalhado e precoce,
já pensando no negócio do Galo das Caldas.
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro.
Verga, e não quebra, como zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro.
À roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!
Para carvalho ser falta-lhe um U;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.
Bocage, in http://www.geocities.com/arsenio_grilo/bocage_1.html
Vejam o excelente trabalho da Biblioteca Nacional Digital: http://purl.pt/1276/1
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